Nada como um round após o outro
Vamos um ao encontro do outro. Nossos olhares se cruzam, as respirações alteradas, mesmo que seja o início, nossos corpos já estão suados. Nos estudamos por um tempo, até que tomo a iniciativa. Mesmo após tanto tempo nisso, ainda bate um frio na barriga todas as vezes. Acho que é porque embora o jogo e as regras sejam sigam os mesmos, a pessoa à minha frente não. Golpeio confiante, uma duas vezes. O contragolpe vem e me esquivo, mesmo sem querer, recuo. Estou contra as cordas. Estar acuado não é bom, mas não é algo novo pra mim. Ceder terreno é do jogo e às vezes é o único caminho. Vacilo por um instante e sou surpreendi. O golpe entra limpo, em cheio na lateral do queixo. Na lona mais uma vez. As coisas entram em foco novamente, respiro por um instante e levanto. Certa vez, alguém me disse que acha admirável que eu seguisse, mesmo com os resultados nem sempre sendo positivo. Respondi que estou nisso não pelo resultado, mas porque gosto de estar ali, das sensações, da troca do desafio....