À queima-roupa
Um manto acobreado caía sobre a cidade decretando o fim do dia. Caminhava eu, apressado como sempre, chateado como nunca. Andar por aí sem ouvir música me deixa assim. Tal ausência que me permitiu ser testemunha ocular e auditiva de um ataque brutal.
Estavam ali, frente a frente, dois jovens, um homem e uma mulher, olhando-se olhos nos olhos. Cenário perfeito para uma cena romântica, mas não foi o que aconteceu. Sem muita cerimônia, ela sacou e disparou contra ele uma sonora rajada, deixando-o atônito enquanto virava-lhe as costas e saía caminhando rumo ao sol poente.
Ele foi atingido em cheio, sequer teve tempo de reagir.
Estático, no meio da calçada, enquanto ainda ressoavam os disparos "eu-não-sinto-mais-nada-por-você". Ele observava seu queixo, junto ao seu orgulho jogado ao chão, aos pés do povo que passava alheio ao seu infortúnio.
Ele foi atingido em cheio, sequer teve tempo de reagir.
Estático, no meio da calçada, enquanto ainda ressoavam os disparos "eu-não-sinto-mais-nada-por-você". Ele observava seu queixo, junto ao seu orgulho jogado ao chão, aos pés do povo que passava alheio ao seu infortúnio.
Junior Gros
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