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Hoje, 2 de novembro, para muitos apenas mais um dia para ficar em casa, para outros, porém é dia de visitar cemitérios e homenagear os que se foram. Encaixo-me no segundo grupo, em grande parte devido a minha criação e educação cristão-católica. Desde muito pequeno me ensinaram que é um dia dedicado a lembrança de todos os que já não habitam esta terra.
Acreditar ou não em Deus, bem, não é esse o caso, vejo mais como uma questão de respeito, puro e simples. Racional e ceticamente falando, não há muito sentido em ir a um lugar para levar flores, acender velas e chorar, mas é uma forma de homenagear e lembram quem se foi.
As lembranças vivem nas nossas mentes, sinto muita saudade de muita gente. Do jeito espevitado da minha avó materna, que tinha um jeito particular de fazer tudo, inclusive cozinhar sem seguir receitas e fazer as melhores comidas do mundo. Em contraponto, minha avó paterna era uma pessoa muito calma, hospitaleira, uma vó do tipo Dona Benta do Sitio do Pica-pau Amarelo. Outra figura singular de quem guardo lembrança, mesmo não tendo convivido por muito tempo é do meu avô paterno, sujeito sério, sisudo, cheio de manias, características que meu pai reconhece em mim às vezes.
Essas lembranças, essa saudade muitas vezes nos deixam um tanto tristes, nostálgicos, mas também servem para darmos valor a quem nos cerca, pois um dia não os teremos por perto, ou nós mesmos poderemos não estar mais aqui. Alguns fatos passados comigo nos últimos meses me fizeram pensar mais a esse respeito, valorizar mais as pessoas do meu convívio, valorizar, sobretudo minha vida.
Enfim. Viva, ame. O dia de ontem é lembrança, o dia de amanhã é aposta, viva o agora, que é o que tem para hoje.

Junior Gros.

Comentários

Neize disse…
Que lindo!!! e real...
Charllene disse…
Verdade, sabe, ainda hoje eu tava falando com o meu pai, ao desligar o telefone percebi o quão carente somos um do outro, esse texto fez realçar ainda mais isso em mim...
Kari disse…
Há tempos li que quem não relembra, celebra, cultua, cultiva no dia a dia seus mortos, não têm crença, identidade cultural familiar. É como não regar as raízes esperando que as árvores dêem folhas, flores, frutos...

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