Faxina
Hoje acordei, olhei ao meu redor e senti a necessidade de mais espaço. Novas coisas chegaram e precisavam ser guardadas. Por isso, comecei a abrir portas e gavetas buscando identificar as coisas que estavam ali somente para ocupar espaços. Logo me vi cercado por papéis, fotos e objetos de toda natureza. Cada um com um significado atrelado a uma lembrança. Lembranças de momentos e pessoas. Não imaginava que havia tantas coisas e que seria tão difícil escolher dentre elas quais deveriam permanecer e quais deveriam ser descartadas.
É verdade que muitas delas não farão a mínima falta e não deixarão um pingo sequer de saudade. Enquanto outras, mesmo que mínimas, como um pedaço de papel rabiscado, são simplesmente insubstituíveis.
Atrelar objetos às lembranças é inevitável, pois tudo que guardamos, mesmo que por um instante, fez sentido por representar algo ou alguém que teve relevância em nossas vidas. Aliás, se comparo objetos com lembranças, não é errado comparar memórias com gavetas. Afinal, gavetas guardam objetos, memórias são compostas de lembranças. Desta forma, tudo que acontece em nossas vidas vai sendo engavetado. Assim, passam dias, meses anos e nossas gavetas vão ficando abarrotadas de pequenos e grandes fragmentos da nossa vida. São imagens, palavras, cheiros, aromas. E, assim como acontece na vida real, os espaços vão ficando raros e, fatalmente, precisamos limpar nossas gavetas. O que nos força a escolher, dentre tudo o que temos guardado, o que realmente deve permanecer.
Parece simples, mas se olharmos com atenção, chega quase a ser cruel, pois a exclusão de algumas lembranças, de certa forma, pode representar a exclusão de pessoas das nossas vidas.
E assim, entre limpezas e arrumações, vamos formando nosso relicário particular de memórias. Jogando algumas lembranças fora, colocando outras em lugar especial, para que tenhamos sempre do que lembrar, mesmo que seja preciso apertar aqui e ali.
Junior Gros.
É verdade que muitas delas não farão a mínima falta e não deixarão um pingo sequer de saudade. Enquanto outras, mesmo que mínimas, como um pedaço de papel rabiscado, são simplesmente insubstituíveis.
Atrelar objetos às lembranças é inevitável, pois tudo que guardamos, mesmo que por um instante, fez sentido por representar algo ou alguém que teve relevância em nossas vidas. Aliás, se comparo objetos com lembranças, não é errado comparar memórias com gavetas. Afinal, gavetas guardam objetos, memórias são compostas de lembranças. Desta forma, tudo que acontece em nossas vidas vai sendo engavetado. Assim, passam dias, meses anos e nossas gavetas vão ficando abarrotadas de pequenos e grandes fragmentos da nossa vida. São imagens, palavras, cheiros, aromas. E, assim como acontece na vida real, os espaços vão ficando raros e, fatalmente, precisamos limpar nossas gavetas. O que nos força a escolher, dentre tudo o que temos guardado, o que realmente deve permanecer.
Parece simples, mas se olharmos com atenção, chega quase a ser cruel, pois a exclusão de algumas lembranças, de certa forma, pode representar a exclusão de pessoas das nossas vidas.
E assim, entre limpezas e arrumações, vamos formando nosso relicário particular de memórias. Jogando algumas lembranças fora, colocando outras em lugar especial, para que tenhamos sempre do que lembrar, mesmo que seja preciso apertar aqui e ali.
Junior Gros.
Comentários
Nossa qta coisa boa nesse seu blog.
Como é dificil, fazer certa "faxinas"...
Eu não consigo, na maioria das vezes...
Boas lembranças não são fatos.
São coleções de doces
Beijo grande!
Rosamaria
Gavetas de guloseimas deliciosas que com o tempo perdem suas cores e sabores restando apenas a embalagem, fazem parte de nossa infância onde já não têm o mesmo valor na vida adulta.
Outras guardam relíquias, amores, amigos, parentes, lembranças, desde que guardados a sete chaves longe dos olhos alheios, matém suas qualidades eternas...
Após algum tempo guardado em minha gaveta, resolvi tirar e compartilhar meu comentário.
Pom, Ma 'eylan tutan hì'i!