Tragicômico!


O governador Roberto Requião sancionou a lei que obriga a tradução de termos estrangeiros que constam em propagandas expostas no Paraná e que tenham um correspondente em português. A lei 16.177 foi publicada no Diário Oficial 8.015, da última sexta-feira. A legislação determina que a tradução deva ser do mesmo tamanho da palavra de outro idioma e prevê uma multa de R$ 5 mil a quem descumprir a determinação. (fonte Gazeta do Povo 22 de julho de 2009, caderno de economia).


Confesso que quando recebi essa noticia, eu ri, sim eu ri, por que imaginei se tratar de uma piada, não fosse pela data impressa eu até imaginária se tratar de brincadeira de 1º de abril. Por quê? Por que é incompreensível o poder público representado nas pessoas de nossos governantes e legisladores com tantas outras coisas para cuidar, tantos assuntos mais importantes a serem tratados, saúde, segurança, habitação, etc. Mas essas coisas não são essenciais, afinal esses "estrangeirismos" podem corromper nosso povo, influenciar nossos jovens de maneira negativa, afinal com a educação maravilhosa a qual nossas crianças têm acesso seria até uma heresia permitir tal absurdo, afinal um estado onde temos crianças tendo de ir a pé para a escola, quando temos uma frota fantástica de ônibus escolares estacionados a frente do palácio do governo, mas que só podem ser entregues em datas festivas, isso sim é publicidade.

Parece que os profissionais de comunicação não são muito queridos do poder público, afinal há pouco mais de um mês o STF decidiu pela desobrigação de diploma para profissionais da área de jornalismo, e agora o governo paranaense entra em cena com essa nova lei, que a meu ver além de descabida é autoritária, por que vai contra o direito a liberdade de expressão daqueles que vivem da criação de peças publicitárias, divulgando produtos, propagando idéias, indo contra o que alega o STF com relação ao jornalismo, que é justamente a livre expressão de idéias.

Por fim, a pergunta que não quer calar. Até quando teremos de nos submeter ao egocentrismo, os desmandos e aos caprichos de governantes megalomaníacos?

A resposta é simples, até o dia em que votarmos com mais consciência, infelizmente é algo que depende do coletivo. Mas sejamos perseverantes, pois a desistência é mais inglória que a derrota.


Junior Gros.

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