Epilogo


Embora estivesse em férias, não houve pausa, um ano se seguiu pelo outro sem intervalo, seguiam-se dias, semanas e lá se havia ido um mês. O tempo era mesmice, repetição, a correria de trabalho e estudo, pasmem, fazia falta.
Faltava novidade, algo para se pensar, algo para tornar tudo mais interessante. O segundo mês já se fazia presente, eis que alguns laços se estreitaram, muitas coisas em comum, do lado de lá uma alegria de viver, de cá a rabugice costumeira. O terceiro mês veio, com ele as aulas, algumas novidades, os mesmos rostos realmente estavam fazendo falta, fora da rotina as coisas eram as mesmas, mas havia algo que alegrava a vida. Veio o quarto mês, trouxe com ele a primeira grande reviravolta do ano, passei a integrar o time dos sem emprego, as semanas se seguiram de certa forma até não era ruim dormir tarde e acordar tarde. As coisas já não eram tão alegres, o desenrolar da história divertida não foi o esperado, mas foi o certo, coerente. Tomei o que creio ter sido o meu porre do ano.
Veio o quinto mês, tempo frio, mês do meu aniversário, mas a rotina em casa já não era tão interessante, e o mês foi se seguindo sem maiores novidades, ah sim, me tornei tio mais uma vez. O sexto mês veio o ano já estava na metade, e não é que surgiu uma novidade? Alguém que como jamais havia encontrado humor, acidez, generosas doses de ironia e sarcasmo, preciso dizer o porquê de ter ficado interessado? O tempo continuava seu rumo, vez ou outra surgiam entrevistas para estágio, possibilidades de ingressar no almejado mundo da publicidade, sempre na trave, mas não me abatia tanto. Por outro lado as coisas seguiam em um ritmo interessante, com farpas, lascas, pétalas e risos. Já era agosto, o nó da gravata já causava certo desconforto, até que algumas possibilidades começaram a aparecer ao mesmo tempo em que os dias de tempestades alternavam-se com momentos de calmaria.
Setembro chegou, e as coisas realmente tomaram novos rumos, um horizonte ensolarado começava a se revelar, meus dias de aperto pareciam estar se acabando, enquanto isso, voltei a viver as noites fora de casa, ver algumas madrugadas tornarem-se dias, foram tempos de paz e outras tantas sensações. Outubro veio “de sola”, minha vida acadêmica estava me enlouquecendo, trabalhos sucessivos tiravam meu sono, paralelamente as tempestades seguiam constantes, ao mesmo tempo em que estava começando uma nova etapa, conhecendo pessoas novas, um novo ambiente. Novembro veio em ritmo frenético, trabalhos, provas, gravações, edições, até político boêmio eu encarnei, cantei samba (para quem me conhece um pouco melhor isso pode parecer surreal), em algumas noites o céu se abria e eu podia desfrutar da lua. Tudo entregue nos devidos prazos, as aulas no fim e, prova final de novo, lá fui eu revisar coisas do ano todo, prova feita, devidamente aprovado pude finalmente dizer que estava de férias.
Dezembro veio se desenrolando entre pios e latidos, sem aulas, mas com trabalho, entre uma semana de rotina e outra, um passeio noturno. E o ano chega ao seu ultimo dia, após certa reflexão concluo, ou melhor, reforço a certeza de que foi um ano de aprendizado, sobre mim, sobre a vida e sobre as pessoas. Que possa seguir aprendendo ainda mais no ano que chega.
Adeus ano velho!

Junior Gros.

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